segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Mulher morre ao ter sido negado aborto que salvaria sua vida

Savita Halappanavar, uma dentista de 31 anos que estava grávida de 17 semanas, morreu em um hospital católico na Irlanda vítima de um aborto espontâneo. Ela poderia ter se salvado se os médicos acelerassem o aborto, no entanto, eles se recusaram ao escutar um batimento cardíaco vindo do feto.

Savita teve que esperar três dias em agonia até o feto morrer, mas aí já era tarde: ela veio a falecer por septicemia - veneno no sangue devido à contaminação por bactérias. Seu marido, Praveen Halappanavar (34), diz que assim que soube que ela estava perdendo o bebê, ela pediu várias vezes que a gravidez fosse terminada, mas teve o pedido negado porque, segundo o hospital disse, "esse é um país católico".

Savita Halappanavar, 31 anos, morreu no Hospital
Universitário Galway, vítima de septicemia.

"O médico nos disse que a cérvix estava totalmente dilatada, e o líquido amniótico estava vazando, e que o bebê infelizmente não sobreviveria", disse o marido. Foi dito que levaria algumas horas, mas que acabou se alongando por dias. "Savita estava realmente em agonia", ele continua, "Ela estava abalada, mas aceitou a perda do filho. Quando a enfermeira veio fazer a ronda, ela perguntou se já que não poderia salvar o bebê então que terminasse a gravidez. Ela respondeu que enquanto o feto tiver batimentos cardíacos não há nada que podia ser feito".

No dia seguinte, novamente a mesma discussão. Os enfermeiros insistiram que não podiam fazer nada, que essa era a lei, e que aquele era um país católico. Savita, que era hinduísta, disse que não era nem católica nem irlandesa, mas não adiantou.

Naquela noite, Savita começou a ter espasmos e a vomitar. Ela foi usar o banheiro e desmaiou. Na manhã seguinte ela estava tão doente que o marido pediu novamente que terminassem a gravidez, novamente sem resultado.

Próximo do horário do almoço, os batimentos do feto finalmente cessaram, mas aí já era tarde. O coração, rins e fígado de Savita já não estavam mais funcionando, e ela morreu naquela noite.

Pode parecer apenas um caso, mas ela está entre centenas de mulheres irlandesas que buscam ajuda para obter abortos, entre elas vítimas de estupro, ou que correm risco de vida, ou que tem menos de 15 anos. Para essas, a alternativa é buscar ajuda em outros países onde o aborto é permitido, como na Inglaterra, por exemplo.

Então, aqui temos mais um caso onde o sangue derramado está nas mãos da Igreja Católica. Espero que eles estejam orgulhosos. E vale lembrar que a intenção da igreja é impor essa lei para todos, inclusive aqui no Brasil, onde a pressão é muito grande.

Agora eu faço uma pergunta: que tipo de moralidade é essa, que diz proibir o assassinato, mas que permite o assassinato de mulheres como ela? Sim, porque ela foi assassinada. Era sabido que o bebê não sobreviveria, e o que aconteceu a seguir foi pura e simplesmente negar atendimento médico a uma pessoa que estava sofrendo. Homicídio doloso, apenas isso.

Fica claro que eles não são pró-vida. São pró-sofrimento.

 Fonte: Irishtimes.com.

2 comentários:

  1. Isso ai foi omissão de socorro "em nome da fé", absurdo, esse hospital tem de ser fechado e os médicos e enfermeiros tem que ter suas licenças cassadas para todo o sempre.

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  2. Isso é graças ao movimento "pro-vida", do qual os religiosos se orgulham, onde um feto, vivo ou morto, tem mais direitos que a pessoa que o carrega.

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